Barral prevê exportações abaixo de US$ 160 bi este ano
02/10/2009
O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, disse hoje "que seguramente as exportações este ano serão inferiores a US$ 160 bilhões". Este era o valor projetado pelo ministério no início do ano para as exportações em 2009.
Barral disse que o ministério não fez um novo cálculo, mas que as vendas externas devem ficar, em 2009, perto do valor de US$ 158 bilhões, que é o registrado no acumulado dos últimos 12 meses até setembro. "Levaremos dois ou três anos para chegar ao nível de comércio de 2008", afirmou o secretário em entrevista para comentar o resultado da balança comercial do mês de setembro.
No ano passado, as vendas externas totalizaram quase US$ 198 bilhões. Se confirmada, a previsão feita pelo secretário, o valor das exportações neste ano será menor que em 2007, quando elas somaram US$ 160 bilhões.
Barral, no entanto, destacou que está havendo uma recuperação das exportações de manufaturados. Elas cresceram 10,3% pela média diária em relação a agosto deste ano. Segundo ele, o Brasil exportou 11,1% a mais de manufaturados em quantidade, mas teve uma queda de 0,7% nos preços praticados. "O Brasil está conseguindo exportar mais manufaturados, mas a preços menores. Isso em decorrência de um mercado mais competitivo e muito mais difícil", disse.
Para Barral, os números indicam que as empresas estão reduzindo os preços para conseguir competir no mercado internacional. O secretário disse que o valor exportado de manufaturados em setembro foi o maior de todo o ano. Por outro lado, as vendas externas de produtos básicos registraram uma queda de 9,6% ante agosto. No acumulado de janeiro a setembro, as exportações de básicos registram queda de 14,4% e dos manufaturados, recuou de 31,2%.
O secretário defendeu a necessidade de melhorar a competitividade do setor exportador por meio da redução dos custos de transação, logística e impostos acumulados na cadeia. Barral disse que os exportadores reduzem suas vendas quando sabem que não receberão de volta os créditos tributários dos Estados. "Muita gente não se convenceu da importância do comércio exterior", criticou. Ao ser questionado se essa era uma referência à equipe econômica, Barral foi evasivo, respondendo que tanto o governo quanto empresários precisam fazer esforços para reduzir os custos.
Ele disse também que os efeitos de muitas medidas adotadas pelo governo acabam sendo anulados pela valorização do real. Segundo Barral, o Brasil hoje é vítima do seu sucesso, o que tem gerado a entrada de muitas divisas no País.
Fonte:
G1