Aposta do mercado é de queda da inflação em 2007

09/01/2009

Gustavo Freire

BRASÍLIA – Pela quarta semana consecutiva, os economistas de 100 instituições financeiras ouvidos pela pesquisa Focus do Banco Central (BC) diminuíram suas projeções para a inflação de 2007. As estimativas para a taxa básica de juros, a Selic (atualmente em 13% ao ano), no fim do ano, porém, permaneceram estáveis, de acordo com a pesquisa semanal Focus, divulgada nesta segunda-feira.

Segundo os dados do levantamento, as previsões do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado pelo governo para balizar a meta de inflação, caíram de 3,94% para 3,91% em 2007. Com a redução, as apostas ficaram ainda mais abaixo da meta central de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

De acordo com as apostas dos economistas, a Selic poderá ser de 12,75% em março e 11,5% no fim de 2007. A previsão para o próximo mês embute uma expectativa de corte de 0,25 ponto porcentual da taxa na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontecerá nos dias 6 e 7 de março.

As estimativas de taxa média de juros para este ano também não mudaram e prosseguiram em 12,16%. Para o final de 2008, as projeções de juros ficaram estáveis em 10,5%.

PIB
As projeções do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano ficaram estáveis em 3,50%. Estas previsões vêm se mantendo neste patamar já por 26 semanas consecutivas.

Para 2008, as previsões de crescimento do PIB também não mudaram e continuaram em 3,50% pela sexta semana consecutiva. As estimativas de aumento da produção industrial no próximo ano ficaram estáveis em 4,50% pela quinta semana seguida.

IGPs
Dos indicadores de preços que integram a Focus, apenas o Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (IPC-Fipe) sofreu alteração, tendo suas estimativas elevadas de 3,95% para 3,98%. Para 2008, as apostas de variação do IPC da Fipe aumentaram de 3,9% para 4%.

Entretanto, para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) e para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), as projeções não foram alteradas. As apostas para o IGP-DI neste ano ficaram estáveis em 4%.

As estimativas dos economistas para o IGP-M em 2007 continuaram em 4,07%. Para 2008, as estimativas de alta do IGP-M caíram de 4,10% para 4,05%.

Câmbio
As projeções do mercado para a taxa de câmbio no final deste ano ficaram estáveis em R$ 2,15. A estabilidade pôs fim a um período de duas semanas consecutivas de queda destas projeções, que estavam em R$ 2,20 há quatro semanas. As estimativas de taxa média de câmbio para 2007 recuaram, ao mesmo tempo, de R$ 2,15 para R$ 2,14.

Para o fim de 2008, a previsão de câmbio caiu de R$ 2,25 para R$ 2,24. As estimativas de taxa média de câmbio para o próximo recuaram, ao mesmo tempo, de R$ 2,23 para R$ 2,20.

Conta
Para o superávit em conta corrente neste ano, a previsão dos analistas subiu de US$ 7,28 bilhões para US$ 7,75 bilhões As estimativas de superávit da balança comercial neste ano, por sua vez, ficaram estáveis em US$ 39 bilhões pela quarta semana consecutiva.

Para 2008, as projeções de superávit em conta corrente aumentaram de US$ 3,80 bilhões para US$ 4,20 bilhões. As previsões de superávit da balança comercial no próximo ano, em contrapartida, caíram de US$ 36 bilhões para US$ 35 bilhões.

De acordo com as estimativas, a dívida líquida do setor público neste ano deve ficar em 49% do PIB. Para 2008, as estimativas de mercado para a dívida líquida continuaram estáveis em 47% do PIB pela quarta semana seguida.

Investimento
As projeções para o fluxo de investimento estrangeiro direto (IED) neste ano subiram de US$ 17 bilhões para US$ 17,50 bilhões. O aumento ocorreu após três semanas seguidas de estabilidade destas previsões em US$ 17 bilhões. Para 2008, as projeções de fluxo de IED subiram de US$ 18 bilhões para US$ 18,20 bilhões.

Fonte:
Estadão