Alcooduto em SP pode baratear exportação de etanol em 25%
24/09/2009
O etanol exportado pelo Brasil deverá ficar cerca de 25% mais barato a partir da utilização de dutos para o seu transporte. Está previsto para entrar em operação, em 2012, um dos maiores projetos de alcooduto do Brasil, da empresa Uniduto Logística, criada no ano passado por dez grandes grupos sucroalcooleiros.
O duto, com 570 quilômetros de extensão, vai transportar, segundo o presidente da companhia, Sergio Klaveren, 17 bilhões de litros de etanol ao ano dentro do estado de São Paulo até um porto privado no Guarujá, litoral paulista, de onde seguirá para a exportação. O porto também é projeto da Uniduto.
De acordo com Klaveren, a união destes dois fatores, a utilização do duto e do porto privado vai possibilitar a exportação de um etanol mais barato. Do total que passará pelo duto, 70% irá para o mercado externo. Hoje, o transporte de etanol, dentro do Brasil, é feito nas rodovias, por caminhões, e nas ferrovias.
De acordo com o presidente da Uniduto, a redução de custo ocorrerá apesar do investimento de US$ 1 bilhão que o projeto vai demandar. Se não fosse a amortização desse valor – ou seja, se o duto já tivesse alguns anos de uso -, a redução no custo do transporte de etanol seria ainda maior, afirma Klaveren.
A exportação de etanol vem ganhando importância ano a ano para o Brasil. Em 2004, o país exportava 2,4 bilhões de litros, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única). No ano passado, a exportação foi de 5,1 bilhão de litros, e neste ano, até agosto, as vendas alcançaram 2,2 bilhões de litros.
O preço da tonelada de etanol exportada pelo Brasil, em janeiro, foi de US$ 475,54, e no último mês, de US$ 392,17. O grande destino do etanol brasileiro, no exterior, são os Estados Unidos. O país respondeu, no ano passado, pela compra de 1,5 bilhão de litros, do total de 5,1 bilhões.
Os grupos empreendedores do projeto de alcooduto são os grandes exportadores de etanol do Brasil. Eles representam 88 usinas dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. De acordo com Klaveren, 60% do alcooduto será utilizado pelos sócios da Uniduto, que respondem por um terço da produção de etanol do Brasil. Os demais 40% serão usados por outras usinas.
O uso de dutos é a grande tendência, segundo o presidente da empresa, para o transporte de etanol. Além da redução de custo, o duto favorece a redução de emissões que acontece por meio do transporte rodoviário.
Entre os sócios da Uniduto estão empresas do setor sucroalcooleiro como Allicom, Copersucar, Cosan e Crystalsev. O duto terá centros coletores e centros de distribuição no interior de São Paulo. A idéia é que, num segundo momento, ele seja estendido também para outros estados.
O plano de engenharia do alcooduto deverá ficar pronto até o final do ano. De acordo com Klaveren, a tecnologia usada não é nova, é a mesma já utilizada em outros dutos para transporte de líquidos no Brasil e no mundo. (Isaura Daniel – Agência de Notícias Brasil-Árabe – www.anba.com.br)
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Canal Executivo