Acordo entre UE e Mercosul é tema de reunião ítalo-brasileira

09/11/2009

BRASÍLIA – O relançamento das negociações para a criação de uma área de livre comércio entre União Europeia (UE) e Mercosul esteve no centro das discussões da reunião de cooperação econômica ítalo-brasileira, iniciada na manhã desta segunda-feira (9) em Brasília.

O encontro é presidido pelo vice-ministro italiano do Desenvolvimento Econômico, Adolfo Urso, e pelo subsecretário do Ministério das Relações Exteriores do país, Vincenzo Scotti.

Tanto o governo da Itália quanto o do Brasil se comprometeram a retomar o projeto, depois de quatro anos nos quais as negociações permaneceram em suspenso. As conversações envolvem o estabelecimento de tarifas zero entre a UE e o bloco econômico formado por Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil.

"A União Europeia é atualmente o segundo parceiro comercial na América Latina e o maior investidor. A Itália se coloca entre os principais mercados das exportações provenientes do Mercosul, confirmando-se ao mesmo tempo entre os maiores países fornecedores", lembrou Urso.

O vice-ministro disse também que nos últimos dez anos a Comissão Europeia financiou mais de 450 programas e projetos com valores de mais de três bilhões de euros.

"O êxito do acordo permitiria à Itália redobrar seu fluxo comercial e, sobretudo, ter acesso às matérias-primas, seja no campo industrial, seja no agrícola", completou.

Urso disse ainda que para atingir o objetivo de concluir as negociações da área de livre comércio o país também espera contar com o apoio da Espanha, que assumirá a presidência da União Europeia a partir de janeiro do ano que vem.

"Colocamos como prazo [para a finalização do acordo] a reunião que acontecerá em Madri em maio de 2010 entre UE e Mercosul", explicou o vice-ministro.

Enquanto isso, o italiano aproveitou a viagem a Brasília para assinar junto ao secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Ivan Ramalho, um acordo para a instituição de uma força-tarefa mista com a função de eliminar os obstáculos tarifários no fluxo comercial bilateral nas áreas agrícola e industrial.

"A missão guiada pelo ministro [italiano do Desenvolvimento Econômico] Claudio Scajola e pela presidente da Confindustria [Confederação Geral da Indústria Italiana], Emma Marcegaglia, parte com o melhor auspício", prosseguiu Urso, lembrando a visita de uma delegação de 350 empresários italianos iniciada hoje.

"Por outro lado, o 'made in Italy' agrada. Não se trata de carros, grifes de alta moda e massa, mas também do modo de viver, da cultura, do nosso modelo industrial", completou o vice-ministro.

Urso também lembrou a herança deixada por seu país na população brasileira, dizendo que habitam na nação sul-americana "30 milhões de pessoas que têm origem italiana". "Isso conta também quando se fala de investimentos econômicos", garantiu ele.

Fonte:
DCI