Serasa Distretti Italiani

31/07/2005

O Brasil alternativa à China
O Censis explica as novidades sobre os Arranjos Produtivos Locais em São Paulo, Brasil

Recentemente ocorreu em São Paulo, no Brasil, um workshop, superlotado, sobre o novo ciclo dos arranjos produtivos industriais locais (APL) como ?modelo de produção colaborativa para desafiar a globalização?, no qual participaram mais de 150 empresários e representantes da comunidade de negócios paulista.

O encontro, promovido pela Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, pelo Censis e pelo Serasa (órgão máximo da informação e consultoria do mundo empresarial brasileiro), teve como principal objetivo verificar as oportunidades de colaboração entre os dois países, considerando as dificuldades que encontram os arranjos produtivos industriais italianos em função da agressiva competição asiática.

Vinte e cinco milhões de italianos ou pessoas de origem italiana produzem 35% do Pib brasileiro, olhando com interesse e atenção as relações com a Itália. Poderiam representar um ponto de referência importante para a indispensável reorganização do modelo produtivo dos APL.

Do Relatório Censis, apresentado pelo diretor do Instituto, Giuseppe Roma, emerge um quadro do made in Italy fragmentado entre setores que permanecem sustentados ? o alimentar, os trabalhos em metal, a mecânica de precisão e o biomédico, o vidro e a cerâmica, a cosmética ? os estacionários como a mecânica, a decoração, a ourivesaria, ou em equilíbrio como o têxtil e vestuário.

Embora a perda de cotas do Sistema Itália no mercado mundial, alguns setores permanecem vitais e em crescimento. Entre os anos 2000 e 2004 cresce a mecânica atingindo 9,9% do mercado mundial, assim como os produtos em metal (7,8%) e o setor alimentar (4,5%).

As empresas exportadoras eram 176.000 em 2000 e se tornaram 183.000 em 2003; as que possuem participações em empresas exteriores de 4.406 passaram a 5.202. Entre 2000 e 2004 foram efetuados investimentos de 1,9 bilhões de euro, dirigidos da Itália ao Brasil, onde estão presentes grandes grupos como Fiat, Pirelli, GIE-Ansaldo, Techint. Apresenta menos relevância a presença de médias empresas e o deslocamento por parte das empresas dos APL. Para revitalizar a experiência dos arranjos produtivos italianos e para que possa funcionar no Brasil, onde a partir de dos anos ?80 foram formados 175, ?é necessário abrir um novo ciclo de vida ? afirmou Giuseppe Roma ? baseado na divisão de competências, na introdução das tecnologias telemáticas e em uma grande colaboração para ganhar as oportunidades do mercado.

Um caminho a realizar sobretudo graças à disponibilidade recíproca e à comunicação mais ágil.
Não por acaso, do Nordeste nos deslocamos para a Romênia, onde se fala uma língua latina, e não para a mais próxima e comunitária Hungria, ou para a católica Eslováquia?. Os arranjos produtivos italianos devem se expandir ao exterior, por razões de custos e principalmente pelas estratégias de mercado. ?Não devem simplesmente deslocar-se ? prosseguiu Roma ? mas jogar ao ?risiko? da competição, buscando ocupar posições em cada mercado que promete se expandir, como o Brasil. Olhamos para a China mais por moda que pela possibilidade real de agredir significativamente um mercado enorme, com tantos competidores é difícil sob todos os pontos de vista. O Brasil pode ser uma alternativa a ser experimentada concretamente?.

O presidente da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio (e vice presidente vicário da ?Assocamerestero? da ?Unioncamere?) Edoardo Pollastri evidenciou como a Câmara funcionará ?como conectora para promover o encontro entre arranjos produtivos italianos e brasileiros, a fim de realizar iniciativas comuns, desfrutando de oportunidades como o baixo custo das matérias-primas e da mão de obra , mas sobretudo valorizando uma cultura comum?.

O Censis está avaliando a possibilidade de realizar um estudo comparativo para identificar em quais distritos existe interesse para se deslocar ao Brasil e qual área brasileira pode responder às exigências dos empresários italianos.

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