Il Ministro degli Esteri Gianfranco Fini in Brasile

17/07/2005

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Gianfranco Fini, chega em Brasília para a primeira visita em 10 anos de um chanceler italiano ao maior país da América Latina.

A visita de Fini se conclui na quinta-feira, dia 7 de julho, e prevê também uma visita a São Paulo. Os encontros de amanhã e quarta-feira são considerados o primeiro passo na direção do recomeço das relações da Itália com a América Latina, onde vivem milhões de descendentes. Não por acaso, o ministro italiano preside no dia 5 uma reunião com os embaixadores italianos na América Latina e na América Central para coordenar a ofensiva diplomática italiana na região.

Em Brasília, Fini tem previsto um encontro com o colega Celso Amorim e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com os quais vai discutir sobre o desenvolvimento político recente do Brasil e as crises políticas da Bolívia e do Equador.
O chefe da diplomacia italiana anunciou que vai falar com Lula também sobre a posição judiciária de Achille Lollo. Há mais de 30 anos no Brasil, o ex-militante da organização terrorista Poder Operário, é condenado a 18 anos de prisão pela justiça italiana pela morte de dois irmãos, um de 22 e outro de apenas 8 anos, em um incêndio em 1973.

Nas reuniões do ministro italiano no Brasil também será dedicada grande atenção ao andamento das relações econômicas entre Itália e Brasil, onde a Itália ocupa a oitava posição entre os parceiros comerciais do Brasil, com um intercâmbio de 5 milhões de dólares por ano. A Itália destinou 18 milhões de euros nos últimos cinco anos para projetos de cooperação com o Brasil, além de 24 milhões de euros para financiar iniciativas específicas de organizações não-governamentais italianas.

Para reforçar as relações econômicas, em especial no setor de investimentos, está prevista uma importante missão da Confederação da Indústria italiana, dirigida pelo presidente Luca Cordero di Montezemolo, para o ano que vem no Brasil.
O chanceler italiano vai discutir também a questão da reforma da ONU, visando valorizar as posições dos diversos governos regionais. Até agora, nos países da América Latina não há um consenso sobre o assunto, com exceção de Paraguai e Peru que se aliaram com Brasil e a Argentina que apóia o movimento liderado pela Itália.

Fini pretende discutir com Amorim sobre a reforma das Nações Unidas, ainda que o Brasil faça parte do G4, grupo de países que apóia o aumento do número de assentos permanentes no Conselho de Segurança, e portanto com interesses contrastantes com os italianos. Mas, conforme afirma o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Itália, Pasquale Terracciano, “isto não impedirá uma troca construtiva de idéias”.

O governo italiano não é, a princípio, contrário às aspirações do Brasil, mas defende que uma reforma do Conselho de Segurança seja mais eficaz sem prever a instituição de novos assentos permanentes.
Na quarta-feira, dia 6 de julho, em São Paulo, Fini encontra-se com alguns representantes da grande comunidade italiana no Brasil. Atualmente existem 310 mil cidadãos brasileiros com passaporte italiano, 25 milhões de descendentes e 80 mil famílias que iniciaram o processo para obter a cidadania italiana.

O último ministro das Relações Exteriores italiano a visitar o Brasil foi Susanna Agnelli em 1995. Foram dez anos importantes para toda a América Latina, mas durante os quais, como afirmam analistas e diplomatas, o interesse da Itália pelo continente onde se encontram o maior número de descendentes, diminuiu sensivelmente.

Com exceção da crise econômica da Argentina, a atualidade da América do Sul encontra pouco espaço nos jornais italianos, inclusive quando estouraram crises como a da Venezuela, ou mais recentemente, da Bolívia e Honduras.

(ANSA)
5/7/2005