Setor de cosméticos na Itália deve retomar consumo a níveis pré-pandemia apenas em 2023

16/03/2021

Após anos de forte crescimento, o setor de cosméticos na Itália deve retomar o consumo a níveis pré-pandemia apenas em 2023. A lentidão para que os rendimentos na poupança voltem a níveis normais causa esse atraso. É o que conclui uma projeção da Direção de Estudos e Pesquisas do banco Intesa Sanpaolo publicada em fevereiro ao reunir estatísticas sobre o assunto de outras importantes instituições.

Dados da Cosmetica Italia citados no relatório de pesquisas do banco mostram uma redução no faturamento de cosméticos de 12,8% em 2020, o que representa 10,5 bilhões de euros, ou seja, 1,5 milhão de euros a menos que em 2019.  

Tanto as quedas no mercado interno italiano (-10,2%) quanto no externo, com exportações reduzidas estimadas em 16,5%, levaram ao cenário.

Pela imposição de fechamento obrigatório ou restrição na circulação de pessoas, centros estéticos e fitoterápicos, salões de beleza e perfumarias foram os mais afetados do setor ao registrarem quedas nas vendas entre 26% a 30,5%.

farmácias e grandes distribuidores tiveram redução de 2,5%.

Por outro lado, o setor de cosméticos viu as vendas em e-comerce dispararem: 42% de alta, levando o faturamento deste canal a superar 700 milhões de euros.

NOVOS HÁBITOS

A pandemia trouxe também novos hábitos de consumo em cosméticos. O relatório da Intesa Sanpaolo destaca uma diminuição no consumo de perfumaria alcoólica em 20 pontos percentuais, enquanto as tinturas caseiras para cabelos aumentaram em 30% e a dos sabonetes líquidos em 38%.

Com o uso das máscaras, o consumo de produtos para os olhos, como máscaras para cílios, superaram o de batons e demais produtos para os lábios. Os consumidores italianos também têm demonstrado preferências a cosméticos com ingredientes naturais, sustentáveis e seguros.

RECUPERAÇÃO

Os economistas Giovanni Foresti e Sara Giusti, responsáveis pela pesquisa da Intesa Sanpaolo, indicam a capacidade de inovação, aliada a elevados padrões de qualidade, flexibilidade e adaptação, além das cadeias de abastecimento, como um dos pontos fortes da cosmética italiana para a recuperação do setor.

Ainda segundo os economistas, digital, P&D, sustentabilidade, segurança e mercados externos são os principais motores para o crescimento do setor, sempre acompanhados de investimentos em materiais e na formação de profissionais.

Com informações da Teleborsa