Merrill/L. reduz recomendação para títulos da dívida do Br

09/01/2009

SÃO PAULO – O banco de investimento Merrill Lynch reduziu para ” média do mercado ” (marketweight) a participação de títulos da dívida do Brasil em seu portfólio. Antes, a recomendação era de ” acima da média do mercado ” (overweight). Por outro lado, elevou o México de ” abaixo da média do mercado ” (underweight) para ” média do mercado ” .

Em 24 de maio, o Merrill Lynch tinha elevado a posição do Brasil e reduzido a do México, movimento que reverte agora. O banco explicou que o retorno dos títulos brasileiros desde então superou o dos mexicanos, apesar do conturbado cenário político brasileiro e de uma certa fraqueza no mercado de títulos americanos. Agora, porém, os analistas consideram apropriado inverter as posições. A troca, diz o banco, se apóia na avaliação de que ” o risco político no Brasil pode aumentar, com as investigações atingindo sua fase crítica ” e de que os ativos mexicanos podem se beneficiar com a valorização do yuan.

O banco reduziu toda sua exposição em títulos da dívida de países emergentes para ” média do mercado ” , e elevou sua alocação em moeda para o mesmo patamar.

De acordo com relatório divulgado hoje, as decisões devem-se principalmente à análise de que a combinação das últimas falas do presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, e a valorização da moeda chinesa perante o dólar ” introduzem incerteza no mercado ” , em um momento em que o apetite pelo risco mostra níveis históricos.

Para os analistas do Merrill Lynch, os discursos recentes de Greenspan sinalizam que o ciclo de aperto monetário dos EUA poderia se estender por mais tempo do que o previsto anteriormente. Eles acreditam que a taxa básica de juros do país, hoje em 3,25% anuais, subiria para 4% no fim do ano e poderia chegar a 4,25% antes de os ajustes serem concluídos. ” De fato, o mercado futuro passou a incorporar ainda mais aumentos na taxa em 2006, embora achemos exagerado ” , diz o relatório. ” Neste contexto, porém, esperamos incerteza quanto ao peso sobre os mercados da contribuição dos EUA para a liquidez global. ”

Quanto à alteração no regime cambial chinês, o banco acredita que a valorização do yuan, ainda que de apenas 2% até o momento, possa abrir um período de incertezas nos mercados. ” Junto com o aumento dos juros locais, a valorização da moeda é um instrumento de aperto para a economia da China e, potencialmente, para a liquidez global em geral. ”

Fonte:
Valor Online
Uol Economia
22/7/2005