Presidente Graziano Messana recebe ministro do meio ambiente do Brasil na sede da ITALCAM para evento: Green Economy & Carbon Credit.

08/04/2022

As oportunidades produzidas pela chamada Economia Verde (Green Economy) e pelo mercado de créditos de carbono estiveram em pauta na live promovida pela ITALCAM com a presença do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, em 8 de abril. A transmissão, acompanhada pelo canal do Youtube da entidade, foi conduzida pelo presidente Graziano Messana e contou com a participação de diretores da entidade, incluindo Cesar Alarcon (Pirelli), Nicola Cotugno (Enel), Giuseppe Pinelli (Ecozona Carbon Credit), Rodrigo Lorca (Chiesi), Rickard Shafer (ASJA Ambiental) e Antonino Ruggiero (Stylux Energia Renovável).

Aproveitando a presença do ministro, o presidente Messana reforçou o compromisso das companhias italianas para com os princípios ambientais e a adoção de programas sustentáveis em suas atividades, além do grande número de companhias que oferecem serviços voltados à mitigação de impactos ambientais. “Esse é um mercado de crescente importância e no qual há muitos bons exemplos de empresas italianas atuantes e aptas a oferecer soluções, muitas vezes inovadoras e com largo emprego de tecnologias”, disse.

Messana enfatizou o potencial do Brasil em questões ambientais e a sua grande força como player global em diversos segmentos econômicos, além de características que atraem a atenção de todo o mundo, incluindo o crescente número de investidores italianos no País.

Protagonismo global

O ministro Joaquim Leite destacou que o Brasil pode se tornar grande protagonista do mercado global de carbono, aproveitando o crescimento projetado para o segmento nos próximos anos. “O Brasil pode ter participação da ordem de 25% desse mercado, tornando-se um exportador relevante de créditos, graças ao seu patrimônio de florestas nativas, produção de energias renováveis e absorção de carbono pela agropecuária”, destacou.

Segundo o ministro, a Economia Verde é a saída para as questões climáticas que preocupam governantes, empresários e cientistas em todo o mundo. Esse inclusive foi o principal debate travado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada em novembro passado em Glasgow, na Escócia, onde o Brasil defendeu caminhos para o financiamento climático. A meta brasileira é zerar as emissões de gases do efeito estufa até 2050.

“Muitos países não conseguem reduzir suas emissões e precisam adquirir créditos para fazer compensações. Enquanto isso, o Brasil desenvolve atividades promissoras para a geração e exportação de créditos de carbono, como a produção de etanol, celulose, biogás e grãos, além da manutenção de nossas florestas nativas e ações de reflorestamento. O Brasil é parte da solução do problema. Já temos inclusive vários programas em andamento”, disse Leite.

A exportação de crédito de carbono deverá ser feita no âmbito do Mercado Regulado Nacional de Emissões. “Temos a maior biodiversidade, uma das maiores faixas oceânicas e uma das mais extensas áreas de florestas nativas do planeta. O ‘Brasil real’ cuida sim das suas florestas, vem apostando numa economia verde e tem uma matriz energética privilegiada. Isso tudo mostra o papel de destaque que o Brasil terá”, reforçou o ministro.

Programas governamentais

Durante a COP26 o governo brasileiro apresentou o Programa Crescimento Verde, iniciativa interministerial para promover a agenda de crescimento sustentável na estruturação de políticas públicas. Em março deste ano, outra novidade: o Programa Metano Zero, focado em resíduos orgânicos de suínos, aves, laticínios, cana e aterros sanitários. Segundo o ministro, esse programa pode reduzir em mais de 30% das emissões de metano no País.

Outra iniciativa é a regulamentação da energia eólica marinha. Os estudos mostram cenários promissores. “Podemos instalar 50 Itaipus com geração eólica offshore”, contou o ministro. Para completar, estão sendo conduzidos estudos para o desenvolvimento do Plano Nacional de Hidrogênio Verde, também visando tornar o Brasil grande exportador de energia limpa.

Apoio da iniciativa privada

Após a live, o ministro ouviu dos participantes do encontro breves relatos das iniciativas desenvolvidas pelas respectivas empresas e se colocou à disposição para analisar as demandas de cada segmento de atividade. “Os órgãos de controle não devem abrir mão da rigidez no cumprimento da lei, mas precisam reduzir burocracias e estimular a migração do País para um novo tipo de economia, mais moderna e focada na sustentabilidade”, declarou.

Ainda durante o encontro, Joaquim Leite anunciou a realização de um evento no Rio de Janeiro, entre 18 e 20 de maio, para tratar do mercado global de carbono. Serão discutidos investimentos e oportunidades verdes e a implementação do mercado de carbono no Brasil.

O Rio de Janeiro terá uma bolsa de valores para compra e venda de créditos de carbono e ativos sustentáveis, como energia, clima e florestas. O protocolo de intenções foi assinado em março pelo governo fluminense com a Nasdaq e a Global Environmental Asset Plataform.