Expansão depende da reação às taxas elevadas de juros
09/01/2009
São Paulo, 27 de Outubro de 2004 – Vendas de papelão ondulado caem desde setembro.
É grande a expectativa em torno do real desempenho das vendas de Natal deste ano. Delas dependem a revisão, ou não, das projeções de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2005.
Até o momento as estimativas têm-se mantido em torno de 3,5% – o mais recente relatório de mercados do Banco Central manteve esse número, depois de ter previsto uma expansão de 3,6% – , patamar considerado factível pelos economistas e empresários ouvidos por este jornal.
O que ainda não está determinado é o comportamento do consumidor diante do aumento das taxas de juros. “Vai depender do Natal. As perspectivas são boas mas, se sobrar estoques para o próximo ano, a transferência de PIB de um ano para outro vai prejudicar o resultado de 2005”, disse o consultor econômico Roberto Macedo.
Se mantido o atual otimismo para o fim do ano, há consenso entre os especialistas de que 3,5% deverá ser a taxa mínima de expansão. “O risco de se crescer menos que 3,5% é muito pequeno e depende do comportamento do petróleo no mercado internacional, uma vez que as demais variáveis já estão determinadas”, disse o especialista em economia internacional da Fundação Getulio Vargas (FGV), Evaldo Alves.
Ainda que cedo para antecipar o comportamento do consumidor, alguns sinais começam a chamar a atenção. “De acordo com dados da Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO), os números de julho foram maiores que os de agosto que, por sua vez, foram menores do que os de setembro. Em outubro, mês que é sazonalmente o pico de vendas do setor, deve ser igual ou menor que setembro. “A tendência é de desaceleração”, disse o presidente do Grupo Orsa, Sérgio Amoroso. O papelão é considerado um indicador antecedente por revelar antecipadamente uma tendência da economia, já que as caixas embalam tudo.
Gazeta Mercantil
27/10/2004