Estudo prevê crise de fornecimento de petróleo em até 10 anos

08/08/2008

Londres, 7 ago (EFE).- O mundo sofrerá uma forte crise de
fornecimento de petróleo em um prazo de cinco a dez anos, a menos
que ocorra uma queda drástica da demanda global.

Essa é a conclusão de um novo relatório do Royal Institute of
International Affairs, de Londres, também conhecido como "Chatham
House", que prevê que, como conseqüência, o preço do petróleo
poderia superar os US$ 200 por barril.

Segundo seu autor, Paul Stevens, os investimentos em novas
provisões foram até agora, e seguirão sendo, insuficientes.

Isso se deve, em parte, ao incentivo ao pagamento de dividendos a
seus acionistas por parte das multinacionais, em detrimento dos
investimentos que seriam necessários.

Outro fator é a volta a um "nacionalismo de recursos", com o
agravante de que alguns governos estejam privando suas petrolíferas
dos fundos que necessitariam investir.

Para prevenir uma perigosa crise, o relatório recomenda ajudar os
produtores a tramitar melhor os recursos, utilizar melhor os fundos
soberanos e integrar os países da Opep no mecanismo de emergência da Agência Internacional da Energia (AIE).

A capacidade excedente dos países produtores poderia ser incluída
nos estoques da AIE, e em troca lhes seria garantido que teriam
sempre preferência em caso de terem que recorrer às reservas por uma hipotética crise.

O resto das reservas controladas pelos membros da AIE só seria
empregado uma vez esgotadas as da Opep.

Outro fator que contribui para o encarecimento do petróleo,
segundo o relatório, é a resistência dos governos da Organização
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) em intervir nos mercados energéticos.

O mercado por si só não é capaz de fornecer incentivos
suficientes para a conservação energética, nem para a substituição
das energias tradicionais por outras novas.

Essa atitude de laissez-faire não reduziu a demanda, nem
contribuiu para elevar a oferta, critica o relatório, segundo o qual
é possível que os governos modifiquem sua postura devido ao drástico aumento dos preços.

Fonte:
Efe