Câmbio é o maior risco dos índices de preços

09/01/2009

São Paulo, 14 de Julho de 2005 – Contida a ameaça das tarifas públicas, resta saber como será equacionada a apreciação do real. As expectativas para a inflação de 2005 melhoraram com as deflações registradas nas últimas semanas. As previsões otimistas têm por base principalmente o desempenho dos preços no atacado. Na avaliação dos economistas ouvidos por este jornal, os efeitos do bom comportamento dos índices gerais de preços (IGPs) vão além deste ano, já que 2006 começa sem a ameaça de grandes pressões dos vilões de 2005, os preços administrados. Há preocupação, porém, com os reflexos de eventuais ajustes no câmbio que podem ocorrer nos próximos meses, que se transmitiriam aos índices de preços e nas decisões do Banco Central quanto à taxa básica de juros.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza a meta oficial de inflação, vem desacelerando continuamente, mas ainda são muito poucos aqueles que apostam que a meta de 5,1% será alcançada. De acordo com o relatório de mercado do Banco Central, divulgado na segunda-feira, o ano deve fechar em 5,72%.

A economista-chefe da Mellon Global Investment, Solange Srour, espera que 2006 seja um ano mais favorável ao controle de preços que 2005, já que pela primeira vez os IGPs foram inferiores aos índices de preços ao consumidor (IPCs), fazendo com que os administrados sigam baixos. “Se não houver nenhum choque de câmbio, o ano que vem começará melhor que 2005”, diz.

O economista da LCA Consultores, Luis Suzigan, considera importante a descompressão da inflação observada nos últimos quatro meses, resultado da valorização do real, mas adverte que a apreciação cambial será devolvida em algum momento.

Fonte:
Gazeta Mercantil/1ª Página
Cristina Borges Guimarães
14/7/2005