PITTORESCA- Reabrir o setor cultural na Itália não é apenas abrir as portas

22/04/2021

“Era uma tarde quente do verão de agosto de 2019 e eu estava no Victoria and Albert Museum em Londres. Naquele espaço onde há um jardim e uma fonte muito grande, eu comia silenciosamente alguns scones, idosos liam jornais, jovens estudavam e outros tocavam violão. De repente, um grupo de crianças entre 3 a 6 anos apareceram vestidas com roupas de banho, prontas a se divertirem na fonte do jardim do Victoria and Albert Museum. Que imagem linda de se ver! Estas crianças, quando crescerem, não terão medo de frequentar museus e bibliotecas, porque sentirão que pertencem a tais espaços, como a qualquer outro da vida cotidiana. E quando tiverem uma tarde livre, irão ao museu. Quando forem adultas, chegarão à universidade e depois, investirão seus valores culturais na sociedade, pois isso foi investido nelas”.

O comentário é de Massimiliano Zane, 41 anos, projetista cultural, natural de Veneza. Com formação também em Filosofia e Economia, Zane é uma referência na Itália quanto ao desenvolvimento e expansão do setor cultural no país. Professor universitário, com experiência em empresas que desenvolvem softwares para a projeção cultural, membro do dossiê da Capital Italiana da Cultura, representante italiano em diversos projetos culturais da União Europeia. No entanto, sua profissão não tem o devido reconhecimento, pois “não se pode viver de cultura” – alguma semelhança com o Brasil?

Nesta entrevista exclusiva para a PITTORESCA, Zane quebra estereótipos e reflete sobre as consequências da pandemia no setor cultural italiano. Também indica o que deve ser feito para que a área mais afetada economicamente pela crise da covid-19 possa se reerguer.

Porém, alerta: “Não basta reabrir as portas dos espaços culturais. É preciso uma política de enfrentamento para atrair, da forma mais espontânea possível, um público que já estava distante antes mesmo da pandemia”.

Por Bruna Galvão*

PITTORESCA – Em seu artigo no jornal Artribune, você reflete sobre o relançamento do setor cultural. Comenta sobre oferecer hospitalidade ao público e sugere um sólido plano econômico-político-social aos colaboradores, funcionários e artistas. Também afirma que setor já estava doente antes da pandemia da covid-19. O senhor realmente acredita que a sociedade trabalhará para evitar um empobrecimento cultural no futuro?

MASSIMILIANO ZANE – É um desejo que, se antes da pandemia não passava de um capricho, agora temos obrigação de fazê-lo. O setor cultural está agora em uma encruzilhada e não pode mais se dar ao luxo de ser considerado, digamos, a “Cinderela” da economia italiana. Com a pandemia, vimos todas as dificuldades, todas as sombras na qual o sistema de trabalho cultural se fragmentou, por uma disparidade muito forte de setores, como a diferença de tratamento entre contratados e profissionais liberais.

O universo econômico e o cultural, que abrange teatros, museus, áreas arqueológicas, bibliotecas, é feito de muitas estrelas maravilhosas, mas desconectadas umas das outras. O trabalho fundamental para a reabertura do setor será o de criar constelações e poder conectá-las entre si. Então, sim, poderemos fazer a cultura brilhar.

O setor de turismo [na Itália] equivale a 13% do PIB nacional e 80% desse turismo é o turismo cultural. Então obviamente os dois planos estão interligados. Para reiniciar a valorização do turismo econômico, é necessário trabalhar também na oferta cultural.

Já não é possível separar os dois níveis, porque temos na Itália a valorização da identidade como a própria “finalidade protetiva”, ou seja, a valorização de um bem cultural se dá através da proteção, salvaguarda e preservação. Mas se eu não conheço esse bem, se não sei reconhecê-lo, então não posso protegê-lo. Se não posso protegê-lo, não posso propor, explicar e dar informações aos turistas, sejam eles locais ou estrangeiros.

Esse é um dos pontos fundamentais em que devemos trabalhar: trabalhar por uma nova acessibilidade ao patrimônio, isto é, torná-lo utilizável, torná-lo conhecido, torná-lo um manifesto e fazer com que todos os elementos que possam se entrelaçar com o elemento de identidade local, tanto quanto com o elemento de identidade nacional.

Não falamos mais de Belas Artes, falamos de cultura de identidade, de um elemento que se torna a representação do patrimônio histórico de um povo. Não estamos mais falando sobre um objeto dentro de um museu. Se ele perde sua conexão com a representação, torna-se um elemento meramente embelezador, um desenho. Ao mantê-lo escondido, protegido o máximo possível, estamos salvaguardando-o, mas não o protegemos, porque o retiramos do cotidiano das pessoas. Portanto, trabalhar no novo modo de acessibilidade será muito importante.

Até porque, até agora baseamos nossos princípios de fruição cultural e oferta cultural na base da demanda, em uma espécie de operação matemática muito linear, que quer criar o produto para responder a uma demanda de acordo com as regras de mercado. Mas com a pandemia, não temos mais as mesmas demandas de antes. Talvez nem tenhamos tido uma demanda. Esse é o ponto, esse é o problema.

Não poderíamos basear a oferta na demanda onde não há nem demanda. Neste um ano e meio de pandemia, o setor cultural manteve-se fechado, sendo, inclusive, foi o primeiro a fechar. Com exceção de algumas poucas reaberturas, que em todo o caso foram reaberturas “fictícias”, por serem completamente insatisfatórias nas possibilidades de programação,

houve, portanto, um simples “abrir as portas”. E “abrir as portas” não significa “reabrir”.

Houve uma sensação de distanciamento do público. E não sabemos como o público reagirá à real reabertura. Porque de fato, antes da pandemia, vimos que o consumo cultural já estava em perigo. A pandemia simplesmente o acelerou.

P – No paradoxo entre “valor cultural” e “custo cultural”, o problema não é o custo, mas o valor?

MZ- Devemos pensar que o elemento que trará as pessoas de volta aos lugares e à cultura será garantir que elas percebam novamente o valor intrínseco nisso. Não é apenas um valor econômico, mas um valor social, é um valor comum, um valor comunitário. É investir recursos para uma atividade específica, que é justamente para fins culturais. Devemos criar um plano que vise aumentar a oferta cultural, para que a demanda seja criada. Temos que mudar o paradigma. Temos que aumentar as oportunidades de oferta, falando em acessibilidade, em acessibilidade local. Intervir sobre as oportunidades para melhorar e reequilibrar a relação econômica de acesso à cultura e, assim, favorecer todas as categorias possíveis.

Melhorar a acessibilidade social, depois intervir em políticas que levem a homogeneizar a relação com a cultura entre diferentes culturas, mesmo entre as diversas minorias. Levar a cultura de volta a um nível produtivo e não limita-la a um serviço.

Trabalhar também nas parcerias público-privadas, depois rever a sustentação do sistema cultural, porque, por exemplo, nos cinemas, grande parte da sua economia era baseada na venda e pré-venda de ingressos e hoje, não podemos garantir este sustento.

Se combinarmos este dado com outro dado que a Europa nos dá, onde apenas 4 em cada 100 investidores privados investiram em cultura nos últimos anos, provamos que toda a indústria de sustentação está em risco.

Se o setor público tem cofres esvaziados pela crise econômica e setor privado não investe mais, porque obviamente o setor cultural não é visto como produtivo, não podemos dizer que haverá uma revitalização da cultura no pós-pandemia.

P- Neste sentido, os meios digitais, aos quais muitos têm recorrido, como visitas virtuais em museus, cinemas drive-in e outros, atraem somente uma pequena parcela de um público cultural que já era pequeno. Mesmo assim, estas ações são válidas?

MZ– Tenho a sorte de ter trabalhado por vários anos em empresas que desenvolvem softwares para a produção de cultura. São metodologias de contato e comunicação complementares. Portanto, a virtualização não pode ser considerada primária, nem pode ser abandonada ou limitada.

A pandemia nos deu a oportunidade de descobrir o atraso com que a Itália se coloca nesta perspectiva. Porque o que, por exemplo, a Itália, a maioria das pessoas, não todas, se viram despreparadas para esta situação.

No início da pandemia, vimos uma invasão de mídias digitais, muitas associadas ao YouTube. Porém, todas estas formas de contato digital nem sempre eram condizentes com a qualidade do conteúdo oferecido. Na Europa, há um financiamento europeu para o reinício do digital.

Portanto, rever a nossa abordagem a todas as políticas de digitalização de conteúdos culturais é uma oportunidade para aumentar a acessibilidade cultural. Isso, claro, levando em consideração, antes de tudo uma coisa: a tecnologia é um meio, mas nunca o fim.

Então, podemos propor, uma visita virtual, um tour virtual, mas visando levar à visita presencial. Temos que voltar a dialogar com o público, a ouvi-lo, a senti-lo próximo do elemento cultural. Trazê-lo de volta para a vida cotidiana da cultura. É claro que os tours virtuais nunca irão substituir uma visita presencial . A visita presencial não tem preço! A emoção que uma pessoa sente ao ir ao teatro, ao ver um espetáculo no palco, a ouvir uma orquestra ou ir ao museu são emoções vivas. No entanto, não podemos excluir a importância da virtualização, pois seria anacrônico, seria estar fora de nossa época. Devemos usar e aprender com os meios, porque eles são apenas meios.

P- Como se dá o confronto entre os termos “cultura de elite” e “cultura popular” na Itália? E como é a acessibilidade a eles?

MZ- Uma frase que me marcou muito é de um artista, cujo nome não me lembro: “os museus são lugares abertos a todos, mas só uma elite conhece”. Viemos de uma história muito antiga e, sobretudo, de uma história de proteção e tutela, algo que vem de séculos, antes da unificação da Itália (1861). A imensa riqueza do passado italiano foi reconhecida, e a legislação fez o possível para protegê-la. Ainda dentro da Constituição, a Itália dá prioridade à proteção do patrimônio cultural, do patrimônio histórico e da paisagem – Artigo 9 da Constituição. Portanto, proteja, cuide. Coloque nossa herança cultural em um lugar seguro. A palavra “valorização” entra no código do patrimônio cultural.

Demos um passo importante com a ratificação da Convenção de Faro em dezembro do ano passado. A Convenção de Faro diz que usufruir do patrimônio cultural é um direito do cidadão. Portanto, o cidadão tem o direito de se beneficiar de seu patrimônio cultural, enquanto as instituições, o Estado e as regiões italianas têm o dever de tornar este direito aplicável. Este é um passo muito importante, porque afirma que o patrimônio histórico e cultural não é apenas material. É também imaterial, não é simplesmente artístico, mas é precisamente toda uma representação identitária de uma comunidade, algo de uma região. O patrimônio cultural se torna um direito.

Se acrescentarmos a isso, que em 2015 tínhamos um decreto-lei chamado Coliseu, que assimila os museus aos direitos humanos fundamentais, como a saúde e a escola, então, neste contexto, a cidadania tem o direito de usufruir da cultura nacional.

Quando falamos em acessibilidade, em 90% dos casos falamos em acessibilidade física. É a certificação que esses lugares podem ser visitados por todas as pessoas, por todas as categorias de visitantes. Há um componente que temos que trabalhar muito, que ainda é pouco explorado, que é a acessibilidade cognitiva.

É preciso pensar o que as pessoas vão ver, como vão entrar em contato, de forma que quando for apresentado a elas, lhes cause emoção. Porque se não atingir o lado emocional do público, vira apenas informação e pronto. É como ler o rótulo de uma embalagem de macarrão e ver um Caravaggio e dizer que são a mesma coisa. Não, não são.

Temos que deixar as pessoas emocionadas. Mas para fazer isso, é preciso ter a capacidade de ler, e, infelizmente, nem todos têm a capacidade de interpretar o que estão vendo. Portanto, cabe às instituições, às políticas culturais, nacionais, locais e às específicas, museológicas e teatrais, possibilitar o acesso a esses locais da forma mais espontânea possível.

Devemos olhar para as novas gerações, porque a pandemia está cavando um sulco profundo entre as gerações. Temos um grande debate sobre a abertura e fechamento de escolas na Itália. Aqui na Itália, o setor cultural foi um dos primeiros a fechar . Isso sugere uma interpretação sobre a escola, que diz que é possível ficar sem ela. Não ficar sem ela em termos de informação, porque isso estão fazendo [com aulas virtuais]. Digo em termos da sociabilidade ligada à escola, aos espaços compartilhados e tudo mais que envolve esta relação. Nós cortamos o acesso à escola.

Se pensarmos que a Espanha vive uma situação de pandemia parecida com a Itália, vemos que Espanha nunca fechou o setor cultural. Na Espanha, os museus permaneceram abertos, os teatros permaneceram abertos, os shows musicais continuaram, com restrição, com o uso de máscaras e com todas as regras de segurança. Aí está um modo de interpretação.

Temos um estado que sempre considerou o que eu disse antes: a proteção do patrimônio como uma missão. Por outro lado, a proteção deve passar por uma perspectiva de oferecer acessibilidade, porque se fecharmos o Coliseu a sete chaves, em duas gerações, os romanos nem saberão o que é o Coliseu.

E devemos pensar nisso para Veneza, para Florença, para Palermo, para Bari, para todas as cidades da Itália. Temos que voltar a reabrir a cultura, obviamente com segurança, mas temos que voltar a amarrar os fios que foram rompidos. Isso deve ser feito pelas instituições, já que o público pode não saber como agir.

P- Talvez, o desinteresse cultural seja um problema de uma ou mais gerações…

MZ– Definitivamente é um problema geracional. Digamos que

temos uma síndrome quase bipolar em relação à cultura: por um lado estamos sempre dispostos a nos orgulhar da nossa cultura, das nossas maravilhas histórico-artísticas, de ter Veneza, de ter Florença … Por outro lado, porém, temos que dizer que a cultura é a nossa Cinderela. Sempre a mantivemos como algo do Estado. Então, é como se outra pessoa [um terceiro] tivesse sempre que cuidar dela.

Isso ocorre há milênios e continuará. Nos últimos 30 anos, na Itália, a cultura é tida como hobby. É a paixão de algumas pessoas privilegiadas, que se ocupam de outras coisas, mas que também fazem cultura.

A cultura é um setor produtivo da economia do país, que, infelizmente, não foi reconhecido. Mas ela restaura o impacto dos valores sociais nas comunidades, contribui para a melhoria da qualidade de vida, cria novas oportunidades de empreendedorismo, desenvolve competências comunitárias, aumenta a qualidade de vida, especialmente a comunitária entre grupos identitários diversos.

A cultura é muita coisa junta. Se for para não valorizá-la, não considerar seus valores, seria melhor considerá-la de modo negativo, pois pelo menos, daria à ela algum valor. Mas não considerar significa que fazer ou não fazer cultura, tanto faz. Faz uns 20 anos, uma frase tem sido bastante difundida: “ninguém vive de cultura“. Veja que interpretação ruim.

Eu sou um projetista cultural e sei que com cultura se pode fazer empreendedorismo. Se pensarmos que a economia é influenciada pela cultura, logo, a cultura pode influenciar a economia. Se pensarmos, por exemplo, em museus, teatros, centros culturais como polos para criatividade, onde as pessoas podem desenvolver suas competências criativas, competitivas e educativas. Tudo isso intervêm ativamente na criação de novas oportunidades econômicas, portanto, se devolve uma parte do capital econômico investido no setor cultural, naquilo que são identidades culturais. A cultura gera economia diretamente, por um lado, mas indiretamente, por outro.

P- Nos anos 1970, o museólogo Franco Russoli já falava em um museu “vivo”. Hoje, São Paulo possui algumas ações nesse sentido, como as “bibliotecas vivas”…

MZ- Bibliotecas não como um lugar cheio de livros, mas como um animado centro cultural, onde você pode ler, mas também pode acessar a internet gratuitamente, onde os mais velhos podem ler jornal, jogar cartas, onde as crianças podem fazer aulas, oficinas, é um hub. Este também é outro aspecto que nós, na Itália, lutamos para evidenciar e que em alguns casos está surgindo, mas ainda há um longo caminho a percorrer.

P- Então, após tantas décadas, o desejo de Franco Russoli ainda não é uma realidade efetiva na Itália?

MZ- Ainda há um caminho a percorrer. Existem alguns exemplos muito ativos de cidades específicas neste sistema, Bolonha, por exemplo. Mas em outras tantas cidades, o sistema bibliotecário está vinculado ao sistema de biblioteca clássico. Mas isso também é uma questão de interpretação.

Temos muitas sensibilidades maravilhosas na Itália, que muitas vezes lutam para se relacionar. Há muitas belas realidades criadas graças à sensibilidade de indivíduos. Lutamos para nos homogeneizar, para criar um sistema de escala que seja válido tanto nacional, quanto localmente. Esse é um dos pontos que temos que trabalhar muito.

Ou seja, para criarmos um sistema cultural sólido, devemos trabalhar tão arduamente como para criar sistemas industriais sólidos. Com isso, a Itália poderá garantir novas fontes de desenvolvimento econômico que não estão sistematizadas atualmente e, portanto, em certo sentido, estão sendo desperdiçadas.

P- Como o senhor disse, o turismo cultural na Itália corresponde a 80% do turismo no país. Qual a sua opinião sobre o turismo de massa?

A Organização Mundial de Turismo, antes da pandemia, disse que aproximadamente 2 bilhões de pessoas viajarão até 2030. Em 2010, era um bilhão e cem. Em 20 anos, ela dobraria, mas agora, não dobrará. Portanto, temos o dobro das mesmas pessoas, nos mesmos lugares. Um exemplo é a cidade de Veneza, onde moro, que antes da pandemia tinha 30 milhões de turistas diante de 50 mil residentes, um número totalmente desproporcional.

O turismo de massa tem, teve e vai ter um componente que a gente não pode cancelar, mas teremos que saber governar. Então, quando eu disse criar a oferta, significa colocar em movimento os mecanismos pelos quais será possível modificar os fluxos. Por exemplo, o turismo internacional está parado, foi reduzido ao mínimo por motivos de pandemia. Algumas cidades, mas não todas, começaram a desenvolver uni-sistemas de oferta turístico-cultural, o chamado “turismo de proximidade“, ou seja, voltando-se para quem está próximo.

Penso no intra-regional, mantendo uma atividade viva que não só olha para a satisfação das necessidades, mas também para as pessoas que vivem e convivem com a realidade de proximidade.

Esta será uma das chaves interpretativas, porque quando reabrirmos as fronteiras, se não estivermos preparados com uma oferta que dê uma identidade muito forte a nível de uma oferta turístico-cultural, corremos o risco de não apenas voltar como antes, mas pior: as pessoas que vão viajar, vão fazê-lo de forma desorientada e desorganizada onde haverá somente uma extrema vontade de viajar. Se viaja por viajar, não importa o que se vai ver; basta sair e pronto.

As pessoas virão a Veneza porque Veneza é famosa. Por exemplo, no final de fevereiro, durante o fim de semana de carnaval, Veneza foi invadida por 25 mil pessoas em um único dia. 25 mil pessoas na cidade e o que encontraram? Museus fechados, teatros fechados, lojas fechadas, tudo fechado devido à pandemia. E o que essas pessoas fizeram? Simplesmente deram uma volta pela cidade. A cidade ganhou algo com isso? Não! Porque eles não deixaram recursos na cidade, eram só eles próprios. Isso nos dá o exemplo claro de que as pessoas apenas esperam a oportunidade para fazer coisas. Temos que organizar estas atividades, porque as pessoas irão fazê-las.





*Bruna Galvão é jornalista especializada em Itália / bruna.galvao@agenciacerne.com.br