Investimento reage e se baseia nas importações

09/01/2009

Os investimentos produtivos cresceram no segundo trimestre, beneficiados pela valorização do real, que barateou as importações. O consumo aparente de bens de capital, que estava em queda no início do ano, encerrou maio 2,4% acima de abril, considerando uma média trimestral livre de influências sazonais.

Parte expressiva desse aumento foi atendido por importações. No segundo trimestre, o volume importado de bens de capital cresceu 6,2% em relação ao primeiro, também com ajuste sazonal. A produção doméstica cresceu menos: 0,16% na comparação entre abril/maio e a média dos três primeiros meses.

O aumento do consumo de máquinas e equipamentos foi acompanhado por uma recuperação na demanda da construção civil. Em abril e maio, a produção de insumos para o setor cresceu 3,4% em relação a 2004, após uma alta de apenas 0,6% no primeiro trimestre em relação ao início do ano passado.

Por conta dessa dupla recuperação, os analistas projetam uma alta na taxa de formação bruta de capital fixo no segundo trimestre, depois de dois trimestres de queda. A MCM Consultores e a Tendências Consultoria estimam que o PIB subiu 1% entre abril e junho, desempenho liderado pelos investimentos.

A performance dos fabricantes de bens de capital no primeiro semestre reflete a recuperação. A Siemens faturou 10% mais em relação a 2004, enquanto a CBC Indústrias Pesadas elevou as vendas em 20%. O risco, dizem os empresários, é que o câmbio já age no sentido inverso: exportadores adiam projetos à espera de uma moeda mais fraca e demanda interna mais forte.

Fonte:
Valor Economico
Raquel Landim e Sergio Lamucci
25/7/2005