Faturamento real das MPEs paulistas sofre queda de 6,9% em maio
11/07/2008
SÃO PAULO – O faturamento real das micro e pequenas empresas paulistas apresentou retração de 6,9% em maio último, na comparação com o mesmo mês de 2007. A receita total das MPEs foi estimada em R$ 20,9 bilhões, o que denota uma perda de R$ 155 milhões.
No mesmo período, registraram queda de faturamento todos os setores: indústria (-12%), serviços (-7,6%) e comércio (-4,3%).
Os dados fazem parte dos Indicadores Sebrae-SP, pesquisa de conjuntura mensal realizada pela entidade, com a colaboração da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), a partir do monitoramento de 1.326.354 empresas de micro e pequeno porte no estado paulista, e divulgada nesta quinta-feira (10).
Para o coordenador da pesquisa, Marco Aurélio Bedê, "o fato de maio/08 ter tido dois dias úteis a menos que maio/07 foi um dos fatores determinantes para essa queda na receita das MPEs". Outro fator que contribuiu para o fraco desempenho foi a comparação com um bom mês em termos de vendas (maio/07 foi o melhor resultado para um mês de maio desde maio/04).
Comparação mensal
Na comparação de maio com abril, a receita das MPEs paulistas ficou estável, com +0,2%, resultado influenciado pela queda na receita, no período, dos empreendimentos do comércio (-4,1%) e da indústria (-2,2%). Apenas o setor de serviços, com alta de 2,8%, apresentou desempenho positivo.
Nível de pessoal ocupado
O nível do pessoal ocupado também se manteve estável na comparação entre maio e o mês anterior, com ligeira variação negativa (-0,4%). Na comparação anual (maio de 2008 e maio de 2007), por sua vez, a retração foi de 7,5% (média por empresa).
Já o rendimento real dos empregados manteve trajetória de crescimento (+5,1%) em na comparação anual e queda de 1,2% na comparação mensal (maio ante abril).
Na comparação de 12 meses, o total gasto pelas MPEs com salários diminuiu 7%. Na comparação de maio com abril, houve variação de +0,5% nos gastos das MPEs com salários. De acordo com Bedê, "esse crescimento na folha de salários foi puxado pelo aumento do pessoal ocupado em serviços, setor que pagou uma remuneração mais elevada que a indústria e o comércio".
Em maio, a remuneração média dos empregados no setor de serviços foi de R$ 899, ante R$ 837 na indústria e R$ 733 no comércio. O faturamento médio no período, por sua vez, foi de R$ 15.761,57 por empresa, e o pessoal ocupado foi de 4,06 pessoas por empresa no mesmo período, o que representa universo de 5 a 6 milhões de pessoas ocupadas nas micro e pequenas empresas.
Expectativas
O cenário não é tão positivo quanto nos últimos meses, na avaliação do diretor-superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella. Para ele, "o crescimento do mercado interno no último ano favoreceu as pequenas empresas, porém, nos próximos meses, a economia pode crescer num ritmo menor, devido a um conjunto de fatores. A inflação, puxada pelo segmento de alimentos, os juros com tendência de aumento e a valorização do real em relação ao dólar, que aumenta a concorrência dos produtos importados, podem segurar a recuperação que o setor vinha apresentando".
Não é à toa que as expectativas dos proprietários de MPEs tornaram-se um pouco menos otimistas. Em junho de 2008, 35% dos empreendedores esperavam uma melhora no seu faturamento nos próximos seis meses, contra 37% em maio de 2008.
No período, a proporção de empresários que esperam manutenção na receita da empresa subiu de 53% para 55%. Já a proporção daqueles que acreditam em uma deterioração do quadro aumentou de 4% para 7%.
Fonte:
Infomoney