Crise começa a desgastar imagem de Lula
09/01/2009
A imagem pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa a dar sinais de desgaste em conseqüência das denúncias de corrupção surgidas nas últimas semanas.
De acordo com pesquisa Datafolha, publicada no jornal Folha de S.Paulo deste domingo, Lula atingiu sua maior taxa de reprovação em dois anos e sete meses de mandato, a nota média a seu governo foi a mais baixa em 11 levantamentos, houve uma queda de 11 pontos percentuais entre os que o avaliam como honesto e uma redução de seis pontos no universo que o define como sincero. A comparação é feita entre a pesquisa realizada na quinta-feira passada e a que a antecedeu, de 16 de junho, um intervalo de 35 dias.
A percepção de corrupção no governo federal atingiu 78%, segundo o Datafolha, um crescimento de oito pontos percentuais em relação à pesquisa de 16 de junho. É mais que o dobro do registrado em março de 2004, quando 32% diziam existir casos de corrupção no governo. Para 48% dos entrevistados, a corrupção ficou igual depois da saída de Fernando Henrique Cardoso da Presidência e da entrada de Luiz Inácio Lula da Silva. Para 24% diminuiu e para 22% aumentou.
O governo Lula é regular para 40% dos entrevistados, ótimo ou bom para 35% e ruim para 23%. “O resultado aponta uma estabilidade, mas há indícios de que a crise começa a atingir Lula”, afirma o diretor-geral do Datafolha, Mauro Francisco Paulino.
Em 35 dias, a parcela de entrevistados que rotulam Lula como honesto caiu 11 pontos percentuais, de 73% para 62%. O índice dos que o apontam como sincero recuou de 66% para 60% e o dos que o chamam de falso passou de 22% para 25%.
O desempenho pessoal de Lula foi definido como ótimo ou bom por 51% dos entrevistados, mas está em ascendência o número daqueles que o vêem como ruim ou péssimo -era 6% em outubro de 2003, passou para 9% em março de 2004, foi a 10% em junho passado e chegou agora a 12%. Em relação às eleições presidenciais de 2006, Lula segue favorito para a disputa, mas perde votos entre os mais escolarizados e vê reduzida a distância que mantinha de seus adversários.
Hoje seu adversário mais forte é o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), que atinge 25%, ficando nove pontos percentuais atrás do petista. Na pesquisa de junho, a distância entre Lula e Serra era de seis pontos percentuais. Em dezembro do ano passado, atingia 13 pontos.
Dos entrevistados pelo Datafolha, 64% dizem que muitos ou a maioria dos políticos do PT estão envolvidos em casos de corrupção, taxa sete pontos maior do que há 35 dias e 21 pontos maior do que há três anos, quando o partido ainda era oposição. Aumentou 11 pontos percentuais, passando de 56% para 67%, o número dos que acreditam que o PT pagava “mesada” a parlamentares.
A desaprovação ao Congresso Nacional bateu recorde, atingindo 46%, pior taxa nos últimos dez anos. Lula sai-se melhor do que o PT e o Congresso, mas a crise do “mensalão” dá sinais de que subiu a rampa do Palácio do Planalto. A pesquisa do Datafolha ouviu 2.110 pessoas em 134 municípios de todo o país, no dia 21 de julho. A margem de erro máxima desse processo de amostragem é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%.
Fonte:
Revista Veja on line
24/7/2005