China valoriza iuane e acena com abertura
09/01/2009
22 de Julho de 2005 – Variação é de apenas 2,1%, mas pode ser o primeiro passo para flutuação em banda mais larga. A China anunciou ontem que acabou com o atrelamento de sua moeda, o iuane, ao dólar, como vinha fazendo há quase dez anos.
A moeda foi valorizada em 2,1%, passando de 8,28 iuanes por dólar para 8,11 iuanes. O Banco Central informou que a divisa passará a ser atrelada a uma cesta de moedas que, segundo os analistas, deverá ao menos o dólar, o euro e o iene. Pequim manterá a banda de flutuação de 0,3%, como já vinha fazendo.
A segunda maior economia da Ásia vinha sendo pressionada para valorizar sua moeda, de forma a tornar seus produtos mais caros e favorecer a balança de parceiros comerciais como os Estados Unidos. O percentual de 2,1% é baixo frente ao que esses países esperavam, devendo ter efeito limitado sobre o comércio com a China. Mas há indicações de Pequim de que novos valorizações podem ocorrer no futuro e por isso o governo e o Congresso dos EUA, por exemplo, receberam bem a notícia, que pegou o mercado de surpresa. O chairman do Federal Reserve Board, Alan Greenspan, o banco central dos EUA, disse que esse é “o primeiro passo de uma série de ajustes futuros, à medida que os chineses aumentarem sua participação nos mercados comerciais mundiais”.
Para o Brasil, um efeito positivo da valorização poderá ser um aumento nos preços das commodities, com eventual aumento do poder de comrpas dos chineses.
Mas Heitor Klein, diretor-executivo da Associação Brasileira de Calçados (Abicalçados), afirmou que “o efeito prático sobre as importações brasileiras de calçados chineses é zero. Para conter a invasão dos calçados chineses, a moeda de lá precisaria se valorizar em pelo menos 30%”.
A agência de classificação de risco S&P afirmou que a mudança cambial chinesa pode ter um impacto de longo prazo positivo no crescimento da América Latina.
Fonte:
Gazeta Mercantil/1ª Página – Pág. 1
Denis Cardoso e agências internacionais
22/7/2005