INTEGRATEC 2004

18/04/2004

INTEGRATEC 2004 REÚNE EMPRESÁRIOS E ACADÊMICOS EM SÃO PAULO

A Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio de São Paulo realizou, dia 9 de março, o 1º Encontro de Incubadoras Italianas e Brasileiras ? Integratec 2004, que reuniu no Hotel Crowne Plaza, em São Paulo, cerca de 170 participantes, entre representantes da comunidade acadêmica e de instituições governamentais e micros e pequenos empresários de todo o país. O evento ? que teve como principal objetivo identificar casos de sucesso de start ups e promover a troca de experiências entre as incubadoras italianas e brasileiras ? foi aberto pelo presidente da Câmara de Comércio de São Paulo, Edoardo Pollastri, que fez uma breve apresentação da atuação e das atividades desenvolvidas pela entidade no Brasil. Ele destacou as missões comerciais, responsáveis pela realização de 1.230 encontros entre empresas italianas e brasileiras nos últimos dois anos; a participação em feiras de negócios e o Centro Formativo da Câmara, que já formou 460 alunos brasileiros de origem italiana, dos quais 52% estão empregados. Falou, ainda, da importância de eventos como o Integratec 2004 para a integração bilateral Brasil-Itália.

Em seguida, o presidente da BIC Italia Network, Luigi Campitelli, apresentou a experiência italiana com incubadoras de empresas. Ele explicou que a instituição que dirige reúne 34 Business Innovation Centres (BICs), que são agências de desenvolvimento local especializadas na criação e no desenvolvimento de empresas. O conceito, segundo ele, é o de transformar projetos inovadores em empresas de sucesso, de forma a ?criar valor? nas economias regionais. Luigi Campitelli informou que os BICs italianos prestam assistência a cerca de 8 mil pequenas empresas, das quais 800 estão hospedadas em incubadoras. No total, os BICs dispõem de 130 mil metros quadrados de área para incubação e atendem empresas nas áreas de ICT, Internet, biotecnologia, automação industrial, energia, logística, hardware, médica, química e de produção e distribuição de bens de consumo. Segundo ele, a taxa de sobrevivência dessas empresas após cinco anos é de 90%.

Ao contrário da Itália, a maior parte das incubadoras brasileiras (87%) está vinculada de alguma forma a universidades ou centros de pesquisas. Segundo dados da Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos e Tecnologias Avançadas (Anprotec), o Brasil já é o terceiro maior incubador de empresas do mundo, com 207 incubadoras em operação, 71 em fase de implantação e 17 em fase de projeto. As informações foram dadas pelo vice-presidente da Anprotec, Guilherme Ary Plonsky, também diretor-superintendente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo, que falou sobre o Processo de Transferência de Tecnologia. As incubadoras nacionais abrigam atualmente, segundo ele, 1.500 empresas e registram outras 1.100 empresas já graduadas e 1.000 associadas. Juntas, essas empresas geraram 18.300 postos de trabalho. Entre os exemplos de
incubadoras nacionais, Plonsky citou o Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (CIETEC), em atividade desde 1998, e que foi criado por meio de um convênio entre a Secretaria da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado de São Paulo, o Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Sebrae/SP), a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-SP) e o IPT. Em 2003, as empresas incubadas no CIETEC faturaram R$ 14.8 milhões e geraram 370 empregos.

O CIETEC foi um dos locais visitados pela delegação italiana, no dia 8, assim como a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (INCAMP) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) ? que abriga nove empresas ? e a Incubadora do Núcleo Softex Campinas, sediado na Unicamp. O coordenador das Relações Institucionais e Internacionais da Universidade, Luiz Cortez, reforçou a possibilidade de parcerias entre a Unicamp e as incubadoras italianas.

No Integratec 2004 houve espaço também para as instituições financeiras, como o Banco do Brasil, que incentivam a transferência de tecnologia no País com apoio financeiro e operacional. Esse foi o assunto do gerente de Núcleo do Banco do Brasil, Francisco Jacobina, que mostrou os serviços oferecidos pelo banco às pequenas e médias empresas brasileiras. O Integratec 2004 foi encerrado com a assinatura de um Acordo de Cooperação entre a Câmara Ítalo-Brasileira e a BIC Italia Network.